"Quem busca a vitória tem que jogar com concentração,dedicação, força, técnica e, acima de tudo, garra e amor. Henrique e Marcelinho deixaram isso bem claro e o resultado não seria justo se fosse outro. Valeu Vivo/Minas, tamo na semi =)"
Postei isso logo após o encerramento da terceira partida entre Cimed/Sky x Vivo/Minas.
Eu sei que ficará totalmente pessoal esse texto, mas eu estou falando da reação linda que a (minha) equipe de Belo Horizonte teve nos 2 últimos jogos das quartas.
Creio que tudo tenha começado ainda nas últimas rodadas da fase classificatória, quando Cimed e Minas brigavam pela quarta colocação na tabela. Os catarinenses se deram melhor e tiveram a chance de disputar 2 jogos em casa. Relembrando a fase classificatória, na primeira fase a Cimed venceu, em casa, por 3x0. Já no returno, em Belo Horizonte, o Minas mostrou uma reação em casa, mas mesmo assim sofreu a derrota por 3x1.
Como os próprios jogadores dizem, play-off é um novo campeonato, são novas estratégias.
Primeiro jogo em Santa Catarina. O Vivo/Minas saiu na frente, mas não manteve a concentração e viu o adversário virar a partida e fechar o quinto set em 15x8, levando o jogo em 3x2 em sets.
Segundo jogo, na Arena Vivo (BH) era o jogo de vida ou morte para o Minas. O time fez seu papel e abriu 2x0, fazendo, até então, uma partida espetacular. Mas, como falávamos dos 2 maiores vencedores da Superliga, o jogo não acabaria tão rápido, nem mesmo tão fácil. Aproveitando o momento de desconcentração dos mineiros, os catarinenses jogaram tudo o que podiam para empatar a partida e tentar encerrar a série em 2 jogos, antecipando sua classificação. Jogo duro, decidido nos detalhes, e no set desempate. Para o Minas era o set que os recolocaria no campeonato; para a Cimed, era o set da classificação.
Como foi o jogo todo, o tie-break também teve seu placar apertado, ponteiros e opostos fazendo a diferença para seus times. Rivaldo (Cimed) passava pelo block simples, duplo e triplo. Bruno Temponi (Minas) entrou para mudar a cara do time e para decidir a partida. E foi ele o nome do jogo. Bruno, após empatar a partida em 16 pontos, manteve a concentração e, inteligentemente, bloqueou Rivaldo, deixando os mineiros com o set point, ponto que manteria o time vivo na Superliga.
Qualquer técnico teria feito o que fez Douglas Chiaroti. Pediu tempo e tentou organizar o ataque e defesa da Cimed para impedir que o Minas empatasse a série em 1x1. Mas, Bruno Temponi estava afim de jogo, e estava afim de ver seu time, que no 4º set havia "perdido" o central Henrique com câimbras, disputando o terceiro e último jogo, brigando pela vaga na semi. E não deu outra: Bruno Rezende apostou em seu oposto, Rivaldo, que repetiu o ataque na paralela tentando empatar novamente o set. Só que lá estava ele, Temponi, taticamente correto, com os braços parados, fechando a porta do oposto adversário e fechando a partida em 18x16 para os mineiros.
Naquela ocasião, Bruno Temponi foi eleito o melhor em quadra. O time inteiro fez a torcida da Arena Vivo gritar, acreditar e chorar junto com Marcelinho e Henrique. Teríamos mais uma oportunidade de estar na semifinal e brigar pelo nosso 5º título.
Sexta, 30/03, dia da decisão para as 2 equipes. De um lado, a Cimed/Sky que, alem do fator casa, contava também com sua torcida que apoiou o time o tempo inteiro. Do outro, vinha um Vivo/Minas empolgado pela vitória anterior, afim de jogo e com sede de passar de fase.
O jogo, como sempre, foi nervoso e disputadíssimo. Primeiro set deu Cimed, 25x20. O segundo set foi ainda mais disputado. O Minas abriu boa vantagem, mas viu o adversário se recuperar e fechar em 25x23, e abrir 2x0 no jogo.
Terceiro set. Só faltava aquele set para a classificação dos catarinenses que, junto com a torcida, já estavam aliviados pela boa vantagem que o time abrira no jogo. Era tudo ou nada para o Minas. Henrique, como sempre, chamou a equipe e deu um gás em todos, até mesmo no capitão Marcelinho que, com lindas jogadas, comandou o set e, o time com muito mais ânimo, encontrou forças para voltar à luta e fechar o set em 25x19. Foi o início da reação mineira.
No quarto set, sem querer perder tempo, a Cimed voltou mais vibrante e confiante de que encerraria a partida naquele set. Mas, do outro lado da quadra, ainda tinha Marcelinho, Filip, Lucarelli, Polaco, Manius, Otávio e Henrique que desejavam mais do que tudo a vaga na semifinal. Discussões, provocações e a perfeição de Marcelo Elgarten. O levantador não se deixou levar pelas provocações do central da Cimed, Gustavo, e colocou sua equipe nos eixos para, novamente, encerrar a parcial em 25x19, deixando a decisão para o set mais nervoso de qualquer jogo: o tie-break.
Quinto set iniciado e os nervos estavam à flor da pele. Era a última chance das 2 equipes para a conquista da vaga para a semifinal e continuar sonhando com o 5º título. Se de um lado o Minas conseguia bloquear e abrir boa vantagem, do outro o central Éder que sacava muito, atrapalhava a recepção mineira e deixava o placar igual. Jogo era nervoso, um teste para os cardíacos, pois parecia que o set não se encerraria no 15º ponto.
Mais uma bola definida pelo Minas, 12x 11. Filip no saque. Nesse momento, com apenas 1 ponto na frente, o que passa na cabeça do sacador: arriscar no saque forçado ou deixar o nosso bloqueio trabalhar? Filip arriscou no viagem...e fez ace. Novamente o oposto sacou...e fez mais um ace. O momento mais nervoso do jogo, sem dúvidas, pois o Minas havia feito 2 pontos seguidos, fazendo 14x11 e deixando os mineiros com a bola do jogo, o ponto da semifinal. Após o segundo ace, Filip sentiu câimbras...e errou o saque. Minas 14x12 Cimed. E era novamente o Éder no saque. Ace. 14x13 e Marcelo Fronckowiak pede tempo para desconcentrar o sacador da Cimed. E funcionou: saque na rede, Minas 15 x 13 Cimed e o Minas, 2 temporadas depois volta a disputar a semifinal. Depois de 3 derrotas seguidas, o Minas voltou a vencer a Cimed, que se despediu da Superliga 2011/2012 em casa, diante de sua torcida.
A batalha do Vivo/Minas continua contra o Sada/Cruzeiro. Clássico mineiro que promete ser mais um espetáculo.
Mas, até agora, valeu!
E pra quem disse que não chegaríamos, recados do técnico e do capitão:
“Este é um momento mágico. Quem diria que o Vivo/Minas estaria nas semifinais? Ninguém. Mas esse grupo disse. È mágico, mas ainda não acabou. Não podemos nos contentar com uma semifinal somente. Com a liderança do Marcelinho e a juventude do Lucarelli, fizemos um grupo excelente” Marcelo Fronckowiak
“Esse grupo merece demais. Vencer uma partida por três sets a dois depois de estar perdendo por dois a zero é fantástico. Esta foi a nossa tônica durante toda a Superliga. Esse time não merecia sair daqui desclassificado. Trabalhamos quietinhos, em Belo Horizonte. Nunca ninguém apontou nosso time entre os cinco favoritos. Agora, estamos entre os quatro primeiros" Marcelo Elgarten
Valeu Marcelo Fronckowiak, Manius, Polaco, Bruno Temponi, Orestes, Otávio, Edinho, Rodrigo, Samuel, Filip, Lucarelli, toda a comissão técnica do Minas Tênis Clube e especialmente aos guerreiros e "capitães" Marcelinho e Henrique. Estamos novamente na semifinal e não desistiremos!
Valeu Vivo/Minas