Se me pedirem para definir o último jogo da série entre Sesi/SP x Canoas eu escolheria um nome, e esse nome seria Murilo. Quem me conhece sabe a admiração que tenho por esse jogador, por sua personalidade, garra e determinação dentro da quadra. E foram exatamente esses fatores que levaram o Sesi/SP a mais uma semi-final da Superliga Masculina.
O jogo em São Paulo foi, apesar de encerrado em 3x0, disputadíssimo e as parciais mostraram muito bem isso. Esse, talvez, tenha sido o jogo mais "tranquilo" entre as equipes, o jogo em que a arbitragem errou pouco e de fato não prejudicou nenhuma das partes. Houveram sim algumas reclamações pela comissão técnica do Canoas que, pra mim, foram totalmente válidas. Há tempos vejo reclamações da arbitragem que estraga o espetáculo do voleibol em quadra e sempre prejudica uma das equipes, quando não consegue prejudicar as duas, por incrível que pareça.
Mas voltando a falar do jogo e da brilhante vitória do Sesi, a vitória foi merecida e buscada na raça, na bola, em quadra. Desde os primeiros pontos do primeiro set, o capitão chamou para si a responsabilidade e contagiou companheiros e torcida, até mesmo a que não estava no ginásio (falo com toda certeza do mundo). O fundamento bloqueio talvez tenha sido o destaque para ele hoje, sem contar os belíssimos pontos de ataque. Murilo foi, merecidamente, o nome do jogo, o responsável pela alegria e foco do time em quadra, que mesmo perdendo por 19x20, virou de forma espetacular para 22x20 fazendo o ginásio inteiro vibrar, se alegrar e ter a certeza de que o campeão voltou, O MELHOR DO MUNDO VOLTOU.
As próximas partidas serão tão difíceis quanto as contra o Canoas, afinal, o Sesi de Murilo encara a brilhante equipe do Cruzeiro, do Mago William.
Aproveito ainda para citar as palavras ditas pelo técnico do Canoas, Paulão, porque como citei há pouco no facebook, foi difícil não se emocionar com as palavras dele e sentir o mesmo que ele sente. "Estar em quadra, jogando ou treinando é maravilhoso. O voleibol no Brasil é maravilhoso, é lindo, mas precisa de atenção. E voleibol se faz com amor, não com dinheiro. Não tem dinheiro que pague a alegria de fazer parte disso. Prestem muita atenção, voleibol é feito com amor."
Fica a esperança de que, com tantas reclamações públicas, a entidade master do voleibol brasileiro (CBV) preste atenção no que vem acontecendo dentro das quadras e prepare melhor os "árbitros" que vem sendo responsáveis por grande parte da perda dos espetáculos.
O voleibol no Brasil cresceu, mas o preconceito e a ignorância estão tentando acabar com isso.
Parabéns ao time de Canoas que, com muita garra, se manterá para a próxima temporada, com certeza proporcionando aos seus torcedores muitas alegrias.